quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ana Borges, no Happening da SBPC Jovem 2012.


Ana Borges é artista maranhense que desenvolve projetos de arte em São Luís desde a década de 80 e realizou sua primeira individual em 1990. Além de várias individuais e coletivas, a artista possui experiência na área de Arte–educação e de Gestão pública, tendo trabalhado com Arte–terapia por quatro anos no Hospital Sarah e na direção do Centro de Arte Japiaçu. Nessa coleção, ela trabalha os rituais da cultura popular maranhense, representados pelo Tambor de Crioula, Patrimônio Cultural Brasileiro.
Quando nos apresentamos ao mundo com uma determinada identidade, fazemos isso escolhendo rituais próprios. Esses rituais nos identificam e através deles nos tornamos reconhecíveis na medida em que o meio permite. Representar a dança do Tambor de Crioula significa homenagear todo o povo do Maranhão, pois o indivíduo encontra nas tradições, meios para a sua afirmação social e para o povo maranhense, dançar para São Benedito, é afirmar a sua identidade.

Coleção Toada para São Benedito:
As três telas estão compostas em um grupo que representa a roda do Tambor de Crioula, onde estão presentes as saias, o tambor, o clarão avermelhado da fogueira e as coreiras que disputam o olhar do coreiro. São  imagens que observam e se fazem observar por suas cores e pela dimensão de suas formas, impondo a presença da Cultura maranhense.
1-Roda de Tambor:
Na roda as mulheres se posicionam para entrar em cena e disputar o centro das atenções. Luz e sombra se misturam gerando imagens prováveis. Bem e mal, vida e morte, guerra e paz, amor e ódio, presença e ausência se misturam evidenciando a eterna disputa do ser humano.

 2- Saia na fogueira:
 A fogueira observa de longe e também quer dançar. Projeta-se no movimento das saias e reflete nosso olhar extasiado diante da roda que prende a
nossa atenção. As cores se multiplicam...
                      E assim as rodas se mantêm eternamente, pois sempre estamos prontos para retomar esse interminável ritual.
3- Presença da saia:
A saia roda impondo sua presença. Pensamos ver coisas e nos deixamos embriagar pela overdose de movimentos e sons que giram nos fazendo duvidar dos limites entre a presença do outro e a nossa própria. Observando o movimento desejamos também mover-nos em frente à roda e ao tambor. É o ritual da reverência. Cultuamos o santo, o tambor, o coreiro, a sensualidade das coreiras e a raça negra.   

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